10 de set. de 2010

Greve 2010 : Era possível derrotar o governo

Greve 2010 : Era possível derrotar o governo

política da direção majoritária da APEOESP – Arsind e Artnova da CUT e CTB - de não denunciar o governo Lula/Haddad e sua política educacional – idêntica ou igual a de Serra/Paulo Renato – foi fazer uma greve, na prática, apenas para desgastar e denunciar o governo estadual do PSDB.

Para que fique claro; não somos contrários a denunciar e desgastar um governo que há dezesseis anos destroi a escola pública no estado; mas não denunciar o governo federal abriu espaço para que a mídia tucana, e o próprio governo estadual, fizessem uma campanha contra nossa greve taxando-a de eleitoral; o que aumentou os temores dos setores que não aderiram ao movimento.

O dever de uma direção sindical é dizer a verdade a categoria, os professores tiveram dois inimigos na greve: os governos Lula/Haddad e Serra/Paulo Renato e suas políticas educacionais. O governo federal respaldou e fortaleceu a truculência do governo estadual ao adotar as mesmas medidas contra os professores e o funcionalismo – e a direção majoritária, por ser vinculada a ele, escondeu isso da categoria.

ROMPER COM A CUT GOVERNISTA

A Central Única dos Trabalhadores, CUT, perdeu totalmente seu caráter de central sindical; de um instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores se transformou gradativamente num apêndice do governo, primeiramente no governo FHC, com o recebimento das verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e a conseqüente negociação da primeira reforma da previdência, com o presidente da ex-central, Vicentinho, “entregando” na mesa de negociação a aposentadoria especial dos professores universitários; os milhões do FAT começaram a ser pagos com a entrega dos nossos direitos.

A promiscuidade com o governo teve seu ponto culminante no governo Lula, quando a CUT se confundiu com o próprio governo, seus principais dirigentes passaram a ocupar cargos no alto escalão do executivo, ministérios, secretarias, postos nos conselhos de administração das estatais privatizadas, além do envolvimento dos mesmos numa série de escândalos de corrupção, mala preta, mensalão, etc. No governo Lula, a CUT deu um salto em sua traição. Hoje, é um braço do governo no movimento sindical, e está submetida aos seus cargos e às suas verbas. Por isso não cabe mais disputar por dentro e participar dos fóruns burocratizados da central.

Tudo isso tendo como corolário natural o apoio a todas as reformas desse governo, principalmente a reforma da previdência de 2003 e o apoio, já anunciado, às reformas que estão por vir, como a terceira reforma previdenciária (onde a CUT, Força Sindical e outras centrais pelegas chegaram a participar Fórum Nacional da Previdência, juntamente com grandes empresários e governo, para negociar as medidas de ataques aos nossos direitos previdenciários) e as reforma sindical e trabalhista.

É praticamente impossível distinguir a CUT do governo Lula, os dirigentes e as instâncias dessa entidade se confundiram com o governo federal. Trata-se de uma ex-central sindical em atividade, ou de um departamento, de um escritório, de uma repartição do governo Lula no movimento sindical.

A CUT, juntamente com a direção da CNTE, apoiou o PDE e o FUNDEB de Lula, com a sua política de ataques aos nossos direitos, de gratificações não incorporadas aos salários, de avaliação de desempenho dos professores, etc.

Vários sindicatos, movimentos sociais e estudantis estão rompendo com a CUT; como o SEPE-RJ através de plebiscito na categoria e SINTEP-PA com uma votação em congresso.

É necessário romper com a CUT e construir uma nova alternativa de direção para as lutas dos trabalhadores, da juventude e dos movimentos sociais.

Fonte: Boletim Oposição Alternativa

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