30 de jun. de 2010

Sobre a Reunião com a Secretaria da Educação - SP.

Primeiramente agradeço a todos pela participação em nosso espaço de debate, só assim construiremos um verdadeiro sindicato; participativo, combativo e vencedor!

Professores e professoras!

O magistério paulista não obteve nenhum ganho significativo amparado unitariamente na justiça. Muito pelo contrário, a grande maioria das vezes, foram nossas lutas nas greves, nas paralisações que desencadearam ou obrigaram a Secretaria da Educação rever suas (dês)políticas para a educação em São Paulo. Foi através dessas lutas que conquistamos o Estatuto do Magistério, o plano de carreira entre outras conquistas, que hoje estão perigosamente ameaçadas.

Cabe salientar que paralelamente a essas lutas nunca lançamos mão do nosso “braço” jurídico para cobrar nossos direitos. Essa ultima greve não foi diferente.

Éramos 60.000 em plena Av. Paulista demonstrando para a sociedade brasileira os problemas da educação paulista e ao mesmo tempo nossos advogados agiam legalmente para desconstruir as armadilhas impostas pelo governo paulista e tentar reverter os desmandos legais impostos pelos legislativo e executivo paulista.

Cabe salientar também que A APEOESP subsede Santo Amaro (OPOSIÇÂO ALTERNATIVA – CONLUTAS) não comunga itegralmente com os “ditames” da direção majoritária – arsind/artnova/CUT e CTB, que em nossa avaliação não tem representado efetivamente os interesses dos trabalhadores da educação paulista.

Reproduzo aqui uma parte do texto do nosso jornal informativo que fez um significante balanço da greve: “Diante de tantos ataques à nossa categoria e do ódio da maioria dos professores ao governo estadual, havia condições de fazermos uma greve forte em todo o estado e começar a derrotar esta política anti-educacional perpetrada por Serra/Paulo Renato e respaldada pelas medidas idênticas adotadas pelo governo federal Lula/Haddad contra os professores e a escola pública.

A pergunta que fica é porque não foi assim?
Nossa greve desde o início, apesar da disposição de luta de boa parcela da categoria, expressa nas ações de rua com muitos milhares de professores, principalmente na Paulista, foi parcial na Grande São Paulo e não atingiu todas as regiões do interior. Primeiramente porque, apesar de ter sido votada no final de 2009 na Conferência Educacional, não houve uma política de preparação da greve pela direção majoritária – arsind/artnova/CUT e CTB – que limitou-se aos anúncios formais pela imprensa, o que não ajudou a superar as desigualdades na categoria; um setor importante tinha receio de entrar em greve e acabou não entrando por achar que o governo era mais forte que o nosso movimento.
O segundo elemento foi a política deliberada de não denunciar o governo Lula/Haddad e sua política educacional – idêntica ou igual a de Serra/Paulo Renato – e fazer uma greve, na prática, apenas para desgastar e denunciar o governo estadual do PSDB.

Para que fique claro, nós - OPOSIÇÂO ALTERNATIVA, não somos contrários a denúncia e desgaste de um governo que há dezesseis anos destroi a escola pública no estado, mas não denunciar o governo federal abriu espaço para que a mídia tucana no estado e o próprio governo fizessem uma campanha contra nossa greve taxando-a como eleitoral, o que aumentou os temores dos setores de não aderiram ao movimento num primeiro momento e ficaram de fora da greve.
Por último, e não menos importante, o dever de uma direção sindical é dizer a verdade a categoria, os professores tiveram dois inimigos na greve: os governos Lula/Haddad e Serra/Paulo Renato e suas políticas educacionais. O governo federal respaldou e fortaleceu a truculência do governo estadual ao adotar as mesmas medidas contra os professores e o funcionalismo – e a direção majoritária, por ser vinculada à ele, escondeu isso da categoria.
O grande desafio para os professores e todos os trabalhadores brasileiros, no próximo período, para levarem adiante suas lutas rumo à vitória é construir uma direção independente de governos e pa patrões, comprometida com as nossas reivindicações; um passo importante nesse sentido é o Conclat – Congresso de Trabalhadores para unificar Conlutas e Intersindical - construindo assim uma central de trabalhadores e movimentos populares para unificar nossas lutas e levá-las à vitória.

Depois da greve tivemos reuniões com os responsáveis pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, mas eles se mostraram inflexíveis”.

Como é público e notório estamos cobrando tanto nossos gestores (Governo Federal e Estadual) como a direção majoritária da APEOESP, e apesar das falas é importante salientar que as providencias legais (justiça) já foram tomadas, mas nosso governador não tem muito apresso as leis. Ele já provou isso na criação das Leis 1094 (prova do mérito que é inconstitucional), na atribuição (no inicio do ano), durante a greve, e agora na não retirada das faltas do prontuário. Nessas ocasiões e em muitas outras acionamos a justiça, mas sabemos que a justiça é lenta.

Não há milagre, mas lutas constantes!

Nossas Tarefas:

Nós professores temos que manter nossa organização por escola, reafirmar nossa luta por salário, emprego e condições de trabalho e preparar os novos embates que teremos em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade para todos.
Temos que fortalecer a Oposição Alternativa/CONLUTAS, que durante toda greve foi o único setor que denunciou que a política educacional de Serra e de Lula são iguais e que a direção majoritária da APEOESP tem limites para conduzir nossa luta, justamente por ser correia de transmissão da política do governo federal.

SÓ A LUTA MUDA A VIDA !

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